Moro diz que grampos poderiam justificar prisão de Lula

Em despacho em que negou o pedido da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva para que se declarasse suspeito para julgar o ex-presidente, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, negou que esteja atuando com parcialidade nas decisões contra Lula e afirmou que teve elementos para pedir a prisão temporária do ex-presidente e, mesmo assim, optou por uma medida mais branda: a condução coercitiva decretada em março, após interceptações telefônicas comprovarem, segundo o magistrado, articulação de Lula para obstruir as investigações do Operação Lava Jato.

Ao rebater a acusação de parcialidade em suas decisões, o magistrado afirma que as conversas interceptadas do ex-presidente divulgadas em março deste ano poderiam justificar a prisão temporária do petista, mas que optou por “medida menos gravosa” (condução coercitiva).

Os investigadores da Lava Jato apuram se um sítio em Atibaia e um tríplex no Guarujá pertencem ao ex-presidente, que nega ser dono dos imóveis. Apuram também pagamentos de empreiteiras à empresa de palestras e ao instituto do petista. Em despacho de quinze páginas, Moro disse que “falta seriedade” à argumentação da defesa, que cita decisões tomadas ao longo do processo para acusar o magistrado de antecipar juízo de valor sobre o petista.